sexta-feira, 1 de outubro de 2010

União Ibérica (1580-1640)

Para mim um dos primeiros pontos fundamentais que colaboraram para que tivessemos esse nosso país maravilhoso. Por que ? Pois foi o marco que possibilitou nossa extensão territorial ( não de fato, mas fundamental para isso ) e me arrisco até a dizer que poderiamos demorar mais a nos descolonizarmos caso essa união não fosse sacramentada.

Mas Portugal não era uma potência européia, por que essa união ?

Então, tudo começou devido a crise sucessória de 1580, dada por duas mortes importantes a primeira, a de Dom Sebastião liderando um exército português na Batalha de Alcácer-Quibir e a segunda seu tio-avô Cardeal- Rei D. Henrique que com isso pôs fim a linha direta de João III de Portugal, e deixava três hipóteses de sucessão:

1.Catarina de Portugal, neta de Manuel I de Portugal, esposa de João I, Duque de Bragança ou,
2.o seu filho adolescente Teodósio;
3.António, Prior do Crato, neto de Manuel I, mas tido pela sociedade da época como ilegítimo;
4.Filipe de Habsburgo, Rei de Espanha, também neto de Manuel I, por via feminina.
Filipe II de Espanha acabou por ser reconhecido como rei de Portugal nas Cortes de Tomar de 1581.

No entanto, a ideia da perda de independência levara a uma revolução, sob a liderança do Prior do Crato, que chegou a ser proclamado rei em 1580, tendo governado até 1583 na ilha Terceira nos Açores.

O prior do Crato acabaria derrotado, sobretudo pelo apoio da nobreza tradicional e da burguesia a Filipe. Para consegui-lo, Filipe comprometeu-se, naquelas Cortes, a manter e respeitar os foros, costumes e privilégios dos portugueses. O mesmo aconteceria com os ocupantes de todos os cargos da administração central e local, assim como com os efectivos das guarnições e das frotas da Guiné e da Índia. Nelas estiveram presentes todos os procuradores das vilas e cidades portuguesas, excepção feita às açorianas, fiéis ao prior do Crato, que na Terceira resistia. Era o princípio da união pessoal, que vigoraria sem grandes alterações até cerca de 1620, apesar das intervenções inglesas de 1589 nos Açores.

Durante a chamada União Ibérica, os domínios da Dinastia Filipina passaram a formar um dos mais vastos impérios da História, compreendendo territórios em quase todas as partes do mundo.


Portugal ficou sob união pessoal com a Espanha, e foi governada pelos três reis Filipes (Filipe II, Filipe III e Filipe IV, dos quais se subtrai um número quando referentes a Portugal e ao Brasil). Isso virtualmente acabou com a linha divisória do meridiano das Tordesilhas e permitiu que o Brasil se expandisse para o oeste.

Várias expedições exploratórias do interior (chamado de "os sertões") foram organizadas, fosse sob ordens diretas da Coroa ("entradas") ou por caçadores de escravos paulistas ("bandeiras", donde o nome "bandeirantes"). Estas expedições duravam anos e tinham o objetivo principalmente de capturar índios como escravos e encontrar pedras preciosas e metais valiosos, como ouro e prata. Foram bandeirantes famosos, entre outros, Fernão Dias Paes Leme, Bartolomeu Bueno da Silva (Anhanguera), Raposo Tavares, Domingos Jorge Velho, Borba Gato e Antônio Azevedo.

A União Ibérica também colocou o Brasil em conflito com potências européias que eram amigas de Portugal mas inimigas da Espanha, como a Inglaterra e a Holanda. Esta última atacou e invadiu extensas faixas do litoral nordestino, fixando-se principalmente em Pernambuco e na Paraíba por vinte e cinco anos.

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